"No dia a dia, quando for jogar com seu filho, jogue pra valer. Se ele perder, deixe-o viver o sentimento da perda e se ganhar valorize aquele momento. Há um aprendizado importante nesse processo que é levado para a vida toda."
Ver um filho chorar não é para nenhum pai ou mãe uma situação confortável. Ao contrário, traz mal estar, dá logo vontade de acalmá-lo, aquietá-lo. A sensação que os pais têm é a de que o choro é uma comunicação de dor, de desprazer, de angústia. Na verdade, não é bem assim. Para os bebês e os pequenos, o choro é o meio de comunicação que têm com o mundo. Logo, precisamos, como adultos, ensiná-los a identificar quando suas necessidades podem ser atendidas ou quando estão sendo desmedidas. Assim, a criança vai aprendendo a ter condições emocionais diante do desconforto. Dizer não para um filho e esperar que ele encontre sozinho um meio de lidar com a sua frustração são situações importantes para que ele aprenda a ter decepções. É também um estímulo à criatividade, na medida que ele buscará algo que lhe traga novamente o equilíbrio. Para não sofrer frustrações, a criança manipula facilmente os pais, usando os artifícios daquilo que mais os incomoda. Pode se recusar a comer, chorar sem motivos aparentes, perder o fôlego, bater a cabeça etc. Ceder a estes artifícios é normalmente permitir que seja dado sequência a um projeto inconsciente da própria criança, que irá resultar em um despreparo dela para a vida adulta. Normalmente, as crianças que não sabem viver as frustrações, quando adultos sofrem muito. Não conseguem perceber o outro e, portanto, não lidam bem com suas dificuldades emocionais e decepções. São pessoas com problemas de relacionamento, que crescem pensando que o que vale é o que elas pensam e querem, que têm muita dificuldade de se planejar, de ter metas e objetivos. Assim, no plano pessoal e profissional as coisas tornam-se muito complicadas. No dia a dia, quando for jogar com seu filho, jogue pra valer. Se ele perder, deixe-o viver o sentimento da perda e se ganhar valorize aquele momento. Há um aprendizado importante nesse processo que é levado para a vida toda.
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